Como todos já sabemos, 2020 foi tudo menos um ano comum. Enfrentamos uma pandemia, desastres naturais, protestos em massa, crises econômicas, altas taxas de desemprego e bancos centrais imprimindo dinheiro com velocidade maior do que conseguimos pronunciar hiperinflação. Ainda assim, as criptomoedas foram anjos da guarda que brilharam e nos deram esperança. 

Ao encerrarmos o ano, vejamos agora alguns dos momentos mais marcantes no universo das criptomoedas em 2020.

1. O preço do bitcoin (BTC) atinge seu recorde histórico

Primeiro, vamos falar do elefante na sala. Em 30 de novembro, o BTC atingiu seu maior valor de todos os tempos, US$ 19.857,03. Ele tem trilhado esse caminho de recordes de preço há algumas semanas, mas sofreu uma queda de US$ 3.000 durante o feriado de Ação de Graças. A criptomoeda passou por uma correção e, no momento em que este artigo é escrito, se encontra na faixa de US$ 19.000. E quando as pessoas pensavam que a tendência de alta do bitcoin havia acabado, nossa moeda digital favorita dá mais um salto para cima. 

2. O terceiro halving do bitcoin

O halving do bitcoin é um evento que acontece a aproximadamente cada quatro anos (a cada 210 mil blocos). O primeiro ocorreu em 2012, dividindo a recompensa dos mineradores de 50 BTC para 25 BTC. Em 2016, aconteceu o segundo evento de halving, e essa recompensa passou a ser de 12,5 BTC. Em torno das 15h EST de 11 de maio de 2020, ocorreu o terceiro e mais recente halving do bitcoin, que cortou ainda mais o retorno obtido pelos mineradores, para 6,25 BTC. 

O halving da recompensa dos mineradores busca cortar a inflação pela metade. Antes, esse evento iniciava geralmente uma tendência para o bitcoin, que experimentava uma intensa alta de preço. 

Neste ano, o preço do bitcoin após o halving não passou por grandes sobressaltos. No entanto, se considerarmos o preço atual, não podemos mais dizer o mesmo com tanta facilidade. 

3. O efeito da Covid-19 sobre as criptomoedas

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Os mercados financeiros de todo o mundo levaram um tremendo golpe com a pandemia. Diante disso, o bitcoin e outras criptomoedas passaram a ter mais destaque. 

Por serem descentralizados e possuírem ofertas fixas, esses ativos digitais têm chamado a atenção de muitos investidores. O mercado se manteve aparentemente em alta, apesar dos eventos ocorridos neste ano. Como já mencionamos, o BTC atingiu seu maior valor histórico, superando sua própria máxima de 2017. E se esse não for um claro indicador de que as criptomoedas são resilientes à inflação, não saberíamos o que mais seria. 

4. A adoção de pagamentos sem dinheiro

A mudança para pagamentos sem dinheiro

Como a troca de dinheiro em espécie é uma das formas mais comuns de propagação do coronavírus, as pessoas vêm buscando meios alternativos de pagamento, o que inclui o bitcoin e outras criptomoedas. Antes da Covid-19, ideias como pagamentos sem contato e teletrabalho eram questionáveis. Agora, parece que essas modalidades se integrarão cada vez mais a nossas vidas cotidianas.

5. O surgimento das CBDC

As moedas digitais de bancos centrais (CBDC) também ganharam relevância em função da pandemia. De alguma forma, elas podem até mesmo ser uma solução em países em desenvolvimento. Como a China já declarou que um yuan digital está a caminho, estamos atentos para ver como esse lançamento poderá mudar o panorama das criptomoedas. Isso poderia até mesmo alterar a balança do poder econômico. Quem sabe? 

6. A crescente adoção das DeFi

Como transações sem dinheiro estão começando a se tornar um novo normal, as pessoas têm dado cada vez mais atenção às finanças descentralizadas (DeFi). Essa foi uma das tendências para as criptomoedas mais fortes no final de 2019 e tem se mantido neste ano. Se você não conhece bem o conceito, DeFi é a combinação de serviços bancários tradicionais e tecnologia de blockchain. Seu resultado são finanças abertas disponíveis para todos. 

Como a ideia das DeFi segue ganhando força, mais e mais empresas que operam no blockchain lançarão produtos de DeFi. Parece que estamos prestes a ver mais adoção juntamente com o crescimento da base de usuários à medida que o capital institucional entra no campo dos ativos digitais. 

7. A privacidade está sendo reforçada na tecnologia de blockchain

Se você não soube, ocorreu em julho uma invasão viral do Twitter. Um agressor de ransomware conseguiu controlar várias contas no Twitter de personalidades conhecidas como Elon Musk, Barack Obama, Joe Biden, Jeff Bezos e até mesmo Bill Gates. Para chamar a atenção da mídia, o agressor pediu que as pessoas enviassem US$ 1.000 em BTC a um endereço de carteira colado, prometendo que elas receberiam em troca US$ 2.000 em BTC.

Essa violação recente comprometeu muita gente, inclusive as celebridades e os políticos de alto calibre envolvidos. Mas ela fez muitos refletirem sobre o que podemos fazer para tornar esse sistema melhor, e logo começaram a surgir discussões em torno do tema. Embora haja problemas atualmente, desenvolvedores observaram e começaram a propor soluções. O blockchain possui vários excelentes recursos que podem ajudar a proteger nossa privacidade, como sua imutabilidade, transparência e muitos outros. Tudo é uma questão de implementação. 

8. As criptomoedas estão começando a conquistar a confiança de governos

Quando o bitcoin foi apresentado ao mundo, os governos demonstraram ceticismo e receio. Isso acontecia principalmente porque as pessoas poderiam driblar controles de capitais, utilizar o BTC para atividades ilegais ou se envolver em investimentos arriscados. 

Por sorte, os governos começaram a perceber em 2020 os verdadeiros benefícios que as criptomoedas podem oferecer. Consideremos o exemplo da Nigéria. A Comissão de Valores Mobiliários da Nigéria anunciou que regularia a negociação de criptomoedas para proteger investidores, promover transparência nesse espaço e incentivar práticas éticas. 

Esse é um excelente exemplo de governos que estão dando atenção à ideia em lugar de ocultar a tecnologia e a inovação por trás das criptomoedas… e abraçando o futuro com braços abertos. 

9. A bomba dogecoin (DOGE)

 

Houve uma época do ano em que o dogecoin — nossa moeda meme favorita — saltou de valor em um curto intervalo de 24 horas. Um usuário do TikTok conhecido pelo nome de jamezg97 incentivou todos a, bem, bombarem a moeda. O vídeo trazia esta legenda: 

“Vamos todos ficar ricos! O dogecoin não vale praticamente nada. O TikTok tem 800 milhões de usuários. Invista apenas US$ 25 Quando o preço da moeda atingir US$ 1, você terá US$ 10 mil. Conte a todos que você conhece.”

Essa é definitivamente uma das tendências para criptomoedas mais estranhas, mas o vídeo ganhou muita força e alcançou meio milhão de visualizações em menos de uma semana. Com isso, o preço do DOGE disparou. 

10. Chegando ao mainstream

À medida que as pessoas percebem que as criptomoedas oferecem muitas oportunidades de benefício, o sonho de vê-las chegando à adoção pelos meios predominantes se torna cada vez mais real. 

De fato, até mesmo o PayPal — um dos maiores serviços de pagamento on-line do mundo — embarcou nesse trem. Eles anunciaram um novo serviço que permitiria a seus clientes comprar, guardar e vender criptomoedas diretamente de suas contas no PayPal. Além disso, a plataforma tem planos de aumentar a utilidade das criptomoedas tornando-as mais acessíveis como meios de compra. 

O que podemos esperar para 2021?

Apesar de tudo o que aconteceu, 2020 vai nos deixar algumas ótimas lembranças no mundo das criptomoedas. Não há como saber o que vai acontecer em 2021… Quem sabe a próxima grande novidade depois do bitcoin? Mas de uma coisa temos certeza: mal podemos esperar pra ver! E você?