O Ethereum (ETH) tem uma das comunidades de blockchain mais ativas do mundo, e isso fica claro na forma como ele está sendo continuamente aprimorado.

Pensamos que seria divertido voltar um pouco no tempo e resgatar os mais notáveis hard forks do Ethereum. Além disso, vamos dar uma olhada nos próximos forks e o que esperar da criptomoeda. Mas antes, vejamos rapidamente o que é um hard fork. 

O que são hard forks

Podemos pensar geralmente em hard forks como uma atualização de um aplicativo no seu celular que oferece novos recursos interessantes. Mas essas atualizações podem ser subjetivas: o que talvez seja incrível para você pode ser horrível para outra pessoa. Isso leva as pessoas a não atualizarem seus aplicativos e manterem versões mais antigas. Ainda que estejam satisfeitas com a decisão de não atualizar, aquelas pessoas que mantêm as versões mais antigas não poderão usar provavelmente todo o potencial do aplicativo. 

Isso é essencialmente a mesma coisa no espaço de criptomoedas. Hard forks são divisões permanentes do blockchain, o que significa que transações da nova cadeia não serão mais aceitas na cadeia anterior. Digamos que haja uma atualização que mude o tamanho dos blocos de 2 MB para 4 MB, criando efetivamente uma nova criptomoeda no processo. Se algum usuário tentar colocar um bloco de 3 MB na cadeira antiga, ele provavelmente vai ser recusado. 

O exemplo de maior destaque de um hard fork é o Bitcoin cash (BCH), ocorrido em 2017. Naquele momento, os desenvolvedores queriam aumentar a capacidade de escala do Bitcoin (BTC) e propuseram para isso aumentar o tamanho do bloco. Muita gente discordou da atualização e se manteve na cadeia original; o Bitcoin continua funcionando na cadeia antiga, ainda que alguns tenham adotado a nova cadeia do BCH.

Os hard forks de maior destaque do Ethereum

Desde a criação do Ethereum em meados de 2015, ocorreram alguns hard forks dignos de nota:

Ethereum Classic (ETC)

O Ethereum Classic é o primeiro fork ocorrido no Ethereum e também o mais controverso. 

Em meados de 2016, foi descoberta uma vulnerabilidade no contrato de DAO (organização autônoma descentralizada) Isso levou a uma perda de aproximadamente 3,6 milhões de ETH do fundo. Devido à forma como o contrato foi projetado, esses recursos foram congelados por 28 dias antes de serem transferidos. 

Nesse caso, o hard fork ocorreu para que a equipe de desenvolvimento pudesse agir rapidamente contra a violação e recuperar o dinheiro. Foi criado então o EIP 779 para que todos pudessem retirar seu ETH do contrato de DAO. Se nada fosse feito, alguém teria levado sozinho 4,4% de toda a oferta de ETH disponível na época. 

Por sua vez, a proposta dividiu a comunidade do Ethereum em dois campos. O primeiro era ocupado por pessoas que estavam satisfeitas com a ação realizada pela equipe de desenvolvimento. Aquilo mostrou que os desenvolvedores aprenderam a lição e podem estar mais bem preparados se algum incidente parecido ocorresse de novo. 

O segundo campo, daqueles que não concordam com o fork do Ethereum, argumentou que as atualizações da rede comprometeram sua descentralização. Essas pessoas acreditavam que, para uma criptomoeda ser realmente descentralizada, a equipe de desenvolvimento deveria simplesmente deixar tudo acontecer. Elas pensaram que, assim que a equipe começasse a agir, isso geraria uma onda de outros eventos que comprometeria o futuro da criptomoeda. 

Os desenvolvedores decidiram seguir adiante com o hard fork, e o blockchain anterior passou a ser chamado de Ethereum Classic

Ether Zero (ETZ)

O ether zero, não foi tão controverso quanto o ETC, mas é outro hard fork bem conhecido. 

De acordo com o site do hard fork, o projeto foi iniciado por um grupo de conhecedores de tecnologia que buscavam oferecer uma plataforma melhor para criar aplicativos descentralizados (dApps) e a implementação de contratos inteligentes. 

O que diferenciou o ETZ de outros forks é que em lugar de buscar acelerar a velocidade das transações, a equipe de desenvolvimento se determinou a tornar as transações totalmente gratuitas

Metropolis

O fork Ethereum Metropolis está acontecendo neste exato momento e, como o ETZ, planeja promover melhorias a partir da base do ETH. 

Para resumir, o metropolis consiste em três estágios: byzantium (já concluído), constantinople (a fase atual) e serenity (falaremos mais sobre isso mais adiante). 

O estágio constantinople busca melhorar dois recursos principais:

O primeiro é uma revisão de privacidade. Não nos entenda mal… As configurações e opções de privacidade atuais do Ethereum não são tão ruins. Ainda assim, esses novos recursos vão gerar melhorias consideráveis ao permitirem mais privacidade ao realizar transações. 

O segundo principal recurso é bem importante: a transição de um sistema de prova de trabalho (PoW) para outro de prova de participação (PoS). Ainda que não se pretenda que isso esteja concluído nessa fase, byzantium e constantinople são considerados os dois principais estágios de preparação para esse gigantesco próximo passo. 

Uma transição para o sistema de PoS eliminaria todo o processo de mineração e o substituiria por outro sistema no qual você poderia manter alguns dos seus ETH para verificar transações na rede. 

Serenity/Ethereum 2.0

Chamado com frequência de Ethereum 2.0, o Ethereum Serenity é o último passo significativo no desenvolvimento da criptomoeda. Ele tem apenas um objetivo: concluir a transição do sistema de PoW para o sistema de PoS. 

O serenity é um marco de enorme importância, já que mudaria todo o panorama do Ethereum. Segundo seu roteiro, a “PoS pura” deve chegar ao Ethereum em algum momento de 2021. 

O horizonte do serenity

Não há dúvida de que os hard forks do Ethereum tiveram uma importância fundamental para tornar o ETH o que é hoje. Com as próximas atualizações em um novo sistema de PoS, o futuro do Ethereum certamente parece promissor. Mas ainda não sabemos o que isso pode significar para o espaço da criptomoeda como um todo. 

Assim que o Ethereum 2.0 entrar em ação, não se pode dizer o que vai acontecer na economia. A PoS pode tornar obsoleta uma enorme quantidade de equipamentos de mineração. Deve levar tempo para as pessoas se acostumarem com as novas mudanças. Elas provavelmente vão buscar brechas, vender suas plataformas de mineração, iniciar novas criptomoedas ou até mesmo se esquecer completamente do ethereum. 

Essa última possibilidade pode parecer um pouco sombria, mas é exatamente por isso que as equipes de desenvolvimento do Ethereum têm se preparado para essa grande transição. O que vai acontecer quando a atualização for lançada e como ela será recebida, só o tempo pode dizer, mas mal podemos esperar para ver. 

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